domingo, 10 de maio de 2009

feminino x masculino

Em sala de aula, iniciamos as definições sobre o feminino e o masculino. Falamos da referência inicial: a vulva e o falo. Dai lembramos do orgânico e do geométrico; Do que é intuitivo e do que é racional.
Achei na internet um texto de Clarice Lispector do Correio da Manhã:

A sedução da mulher começa com a sua aparência física. Uma pele bem cuidada, olhos bonitos, brilhantes, cabelos sedosos, corpo elegante, atraem os olhares e a admiração masculina. Para que esses olhares e essa admiração, porém, não se desviem decepcionados, é preciso que outros fatores, muito importantes, influenciem favoravelmente, formando o que poderíamos chamar a “personalidade cativante” da mulher.

A alegria, a delicadeza e a feminilidade nos gestos, nas atitudes, nas palavras, por exemplo. Uma criatura alegre predispõe sempre os outros à simpatia, desde que não seja uma alegria ruidosa ou vulgar. A moça tristonha, desinteressada de tudo, de ar doentio ou entediado, aborrece sempre aos homens. E eles fogem dela como de um castigo.

A feminilidade é outra qualidade positiva. Muitas mulheres modernas adotam atitudes masculinizadas, palavreado grosseiro, liberdade exagerada de linguagem ou de maneiras, e julgam que isso é bonito, que vão encantar os homens. Engano. Até hoje não consegui um só homem que não confessasse preferir a feminilidade a todas as demais virtudes da mulher.

Outro fator de sedução é a personalidade. Não a personalidade que se impõe aos gritos e com exigências, mas uma personalidade que forma ao lado da de seu companheiro, ajudando-o, incentivando-o, compreendendo. Nunca diminuí-lo, nunca recriminá-lo porque não é brilhante, não é rico ou atraente como outros que conhece. Uma personalidade formada de um pouco de vaidade, um pouco de coqueteria, um pouco de malícia risonha, um pouco de ternura, um pouco de abnegação. E muito, muito de feminilidade.

Clarice Lispector – Correio Feminino – Aulas de Sedução



19 comentários:

  1. Oiiiii....

    Gostei do texto de Clarice Lispector e concordo com ele, acho que a feminilidade na mulher, é uma “arma” poderosa que sabendo usufruir dela, conseguimos tudo que queremos.

    Sílvia Rausses

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  2. Segundo o Aurélio:
    Feminilidade- qualidade, caráter, modo de ser pensar ou viver próprio da mulher.
    Feminil- relativo a, ou próprio do sexo feminino.
    Feminino: referente ao sexo caracterizado pelo ovário nos animais e nas plantas; fêmeo.
    Fêmeo- que não é macho, feminino. Próprio de fêmea.
    "Até hoje não consegui um só homem que não confessasse preferir a feminilidade a todas as demais virtudes da mulher."
    A Fêmea reina soberana quando encanta com sua feminilidade. Ser fêmea é nascer do sexo feminino. Ter feminilidade é cultivar nossos traços mais singelos, marcantes e encantadores.

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  3. Mulher = Feminilidade = Personalidade = Admiração = Simpatia = Alegria = MULHER # HOMEM = Masculinidade=
    Machismo = Razão = Comodismo = Caráter = Homem.

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  4. A Gente está falando de amor e uma dasmelhoe histórias que eu conheço que explica a psicologia feminina. Eu gosto muito de psicologia e nada como um mito antigo para explicar certas coisas... rtire d dicionáiosd mitologa a história dela para quem não conhece:


    “Psiquê (Palavra grega que significa tanto alma, como borboleta) era uma jovem tão bela que de todas as partes acorria gente para admirá-la. Passou mesmo a ser objeto de culto, sobrepondo-se a Vênus (Também conhecida como Afrodite, a deusa da beleza e do amor), cujos templos se esvaziaram. A deusa indignou-se com o fato de uma simples mortal receber tantas honras. Pediu a seu filho Eros (Cupido, no panteão romano) , o deus do Amor, que atingisse a jovem com suas flechas, fazendo-a enamorar-se do homem mais desprezível do mundo. Entretanto, ao ver a princesa, o próprio Eros apaixonou-se e, contrariando as ordens da mãe, não lançou suas setas.
    Enquanto as irmãs de Psiquê casaram-se com reis, a jovem mortal, cobiçada por um deus, permaneceu só. Apreensivo, seu pai consultou o oráculo de Apólo. Este aconselhou o soberano a levar a filha, vestida em trajes nupciais, até o alto de uma colina. Lá, uma serpente iria tomá-la como esposa. As ordens divinas foram executadas e, enquanto a jovem esperava que se consumasse seu destino, surgiu Zéfiro(Na mitologia grega, é o vento do Oeste). O doce vento transportou-a até uma planície florida, às margens de um regato. Esgotada por tantas emoções, Psiquê dormiu. Quando acordou, estava no jardim de um palácio de ouro e mármore. Ouviu, então uma voz que a convidava a entrar. À noite, oculto pela escuridão, Eros amou-a. Recomendou-lhe, insistentemente, que jamais tentasse vê-lo. Durante algum tempo, apesar de não conhecer o amado, Psiquê sentia-se a mais feliz das mulheres. Saudosa de suas irmãs, pediu ao marido para vê-las. Zéfiro encarregou-se de levá-las ao palácio. Invejosas da riqueza e felicidade de Psiquê, as jovens insinuaram a dúvida em seu coração. Declararam que o homem que ela desconhecia devia ser o monstro previsto pelo oráculo. Aconselharam-na, então, a preparar uma lâmpada e uma faca afiada: com a primeira, veria o rosto do marido; com a segunda, poderia matá-lo, se fosse mesmo o monstro. À noite, enquanto Eros dormia, Psiquê apanhou a lâmpada e iluminou-lhe o rosto. Viu, então, o mais belo jovem que já existira. Emocionada com a descoberta, deixou cair uma gota do óleo da lâmpada no ombro do deus. Este despertou sobressaltado e foi embora, para não mais voltar. Afastando-se, disse-lhe em tom de censura: “O amor não pode viver sem confiança”.
    Cheia de dor, a jovem pôs-se a errar pelo mundo, implorando o auxílio das divindades. Entretanto, como não quisessem desagradar a Vênus, nenhuma delas a acolheu. Psiquê resolveu dirigir-se à própria Vênus. A deusa encerrou-a em seu palácio e impôs-lhe os mais rudes e humilhantes trabalhos: separar grãos misturados; cortar a lã de carneiros selvagens; buscar um frasco com a água negra do rio Estige. Na primeira tarefa, Psiquê foi ajudada pelas formigas. Na segunda, os caniços da beira de um regato sugeriram-lhe que recolhesse os fios de lã deixados pelos carneiros nos arbustos espinhosos. E, na terceira, uma águia tirou-lhe o frasco da mão, voou até a nascente do Estinge e trouxe-lhe o líquido negro. Finalmente, Vênus incumbiu-a de ir aos Infernos para obter um pouco da beleza de Prosérpina. Uma torre descreveu-lhe o itinerário para o reino das sombras. Orientou-a também para pagar o óbolo ao barqueiro Caronte e abrandar a ferocidade d cão Cérbero, oferecendo-lhe um bolo.
    Bem sucedida na prova, Psiquê voltava com a caixa contendo a beleza, quando resolveu abri-la. Imediatamente foi tomada de um profundo sono. Eros, que a procurava, acordou-a, picando-a com a ponta de uma flecha. Em seguida, o deus do amor dirigiu-se ao Olimpo e pediu a Júpiter para esposar a mortal. Foi atendido, mas antes, era preciso que Psiquê recebesse o privilégio da imortalidade. O próprio Júpiter ofereceu ambrosia à jovem, tornando-a imortal. O casamento celebrou-se solenemente entre os deuses. Da união de Eros e Psiquê nasceu aVolúpia.”

    Dicionário de Mitologia Greco-Romana

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  5. Psiquê é a alma, anima, a face fugidia e sombria do feminino, ligada desde sempre à terra, ao corpo, ao pecado, à matéria e, força descendente e negativa, como nos delineia James Hillman, habita os vales mais profundos e as florestas mais densas, úmidas e tropicais, a alma habita e se esconde nos pântanos mais remotos e nas cavernas mais escuras da terra...



    completando com palavras de Robert Johnson:

    "O aspecto feminino da psique humana tem sido descrito, por alguns psicólogos, como percepção difusa. A natureza feminina é inundada pelas infinitas possibilidades que a vida proporciona, e vê-se atirada a todas elas quase que de pronto. E a grande dificuldade é que ninguém pode ser tudo, ao mesmo tempo e imediatamente. Parte das possibilidades que nos são dadas, contrapõem-se, portanto, temos de escolher.
    Como a águia, que tem visão panorâmica, temos de focalizar um ponto no rio, mergulhar e trazer uma, só uma, taça de água.

    Existe um conceito muito popular afirmando que, se pouco já é bom, mais é melhor. A propaganda, por outro lado, nos diz para agarrar todo o sabor que se possa arrancar da vida. Isso não funciona. se está satisfeito, significa que mesmo que se esteja no auge de uma experiência muito boa, já se está de olho em outras possibilidades. Que nunca se está contente, por se estar sempre atrás de algo maior ou melhor.
    Por outro lado, o mito nos mostra que já um pouco de algo bom, desde que sentido com real consciência, nos será suficiente. (p.76)

    achei algo interessante em umsite também que fala sobre o mito aplicado na realidade do hoje:

    "Para Hillman, “viver” o mito Eros e Psiqué, na contemporaneidade, tem por função primordial resgatar o feminino da condição de inferioridade a qual a sociedade patriarcal abandonou o gênero ao longo de séculos de tirania implacável – nos aspectos psicológico, econômico, político – do homem sobre a mulher.

    Contar a história de Eros e Psiqué é contar a história de uma conecção bem sucedida no próprio indivíduo, pois para gerar um único ser equilibrado, são necessários dois inteiros que tenham o mesmo valor um para o outro.

    Enquanto o feminino não for redimido, mas não apenas a mulher na sociedade, e sim o feminino dentro de todos os homens (na espécie humana), o produto será um monstro, gerado pela conecção entre seres desiguais. Para Hillman, ainda, o mito do homem moderno não deve esgotar-se em eros-psiqué, mas, à partir dele, desdobrar-se em outro indiviso – e oportuno lembrar que a filha que o casal Eros Psiqué tiveram foi ou chamou-se Volúpia. Por essa razão, ou não, o mito a ser resgatado após a união da alma com o espírito, do masculino com o feminino, é Dionísio, “o inconjunto”, o fronteiriço, o bissexual. Mas esse já é outro mito e tema para uma outra conversa."

    Nossa dá muito pano para manga falar de mitologia e aplicar na nossa sociedade falando do feminino. o que é o feminino hoje? Podemos falar do feminino sem entrar em méritos psicológicos, mitlógicos ou filosóficos?
    por que não entrar nos méritos de Afroditte? rsrsrs

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  6. link legal do mito contado em partes e falando das atitudes femininas:

    http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=4580

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  7. pesquisando músicas que fale de mulher encontrei varios funks groceiros que na minha opinião é puro desrespeito e desvalorizaçao, mostrando que a mulher é bunda e peito (objeto sexual), se esquecem do lado em que Clarice Lispector, e outros entendedores da palavra, abordam. Mas em minhas pesquisas achei uma musica bacana de Elba Ramalho e gostaria de compartilhar com voces

    Elba Ramalho - Mulher

    Pra descrever uma mulher
    Não é do jeito que quiser
    Primeiro tem que ser sensível
    Se não, é impossível
    Quem ver, por fora, não vai ver
    Por dentro o que ela é
    É um risco tentar resumir
    Mulher...
    De um lado é corpo e sedução
    De um outro força e coração
    É fera e sabe machucar
    Mas a primeira a te curar
    E sempre faz o que bem quer
    Ninguém pode impedir
    É assim começa a definir
    Mulher...
    Mulher...
    Entre tudo o que existe é principal
    Pra você gerar a vida é natural
    Esse é o mundo da mulher...
    Mulher..
    Que a divina natureza fez surgir
    A mais linda obra prima que alguém já viu
    Assim nasceu a mulher
    Nas mãos de Deus...
    Por mais que o homem possa ter
    Se ela não dá pra viver
    As vezes pede proteção
    Pra ter um pouco de atenção
    Se fingi ser tão frágil mas, domina quem quiser
    Pois ninguém pode definir
    Mulher...
    Mulher...
    entre tudo que existe é principal
    Pra você gerar a vida é natural
    Esse é o mundo da mulher
    Que a divina natureza fez surgir
    A mais linda obra prima que alguém já viu
    Assim nasceu a mulher
    Nas mãos de Deus...

    abraços Leticia Spirandelli

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  8. acho q nd melhor q vinicius de moraes pra traduzir tudo isso...
    " Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza,
    Qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora,
    Qualquer coisa que sente saudade.
    Um molejo de amor machucado,
    Uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher,
    Feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor
    E para ser só perdão."

    Bj, Amanda Tiseu

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  9. Vejo o texto de Lispector como uma discussão de tabus e de tempo. Quem era essa mulher? Quem é a mulher de hoje? O que é moderno? O que é rude?

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  10. Acho que feminilidade é mais que característica nos tempos atuais, além de muito bem vinda é como um sentimento. Hj é dado um espaço pros homens desenvolverem esse "sentimento" que nas mulheres, é sempre bom lembrar, nos encontramos num momento que ocupamos ou buscamos nosso lugares e estamos mais masculinizadas por isso.
    bjoos !! Paula Castanheira

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  11. Gente, conforme o combinado em sala de aula, estou postando o conceito de Psique segundo a Psicologia.

    Vou resumir o capitulo e para aqueles que se interessarem sexta-feira levo o texto para que possam tirar xerox.

    Trechos retirados de : SILVA, Marco A Dias da. Quem ama não adoece. Editora Best Seller, SP. Capítulo I- Corpo e Alma: Soma e Psique

    " Não é um corpo, não é uma alma, é um homem" Montaigne

    A noção de haver, em todo ser humano, algo mais que simplesmente um corpo é provavelmente tão antiga quanto o mais elementar pensamento de um homem acerca de si mesmo.

    A ideia da existência de uma "alma" ou de uma força externa ao corpo, que lhe desse vida e sobre ele influísse, evoluiu ao longo do tempo e das diversas culturas, oscilando entre uma concepção puramente religiosa e outra mais ligada à medicina e à filosofia.

    As expressões gregas soma e psique, designando o que poderíamos entender como corpo e alma, foram pela primeira vez utilizadas por Anaxágoras (500-458 a.C), que as considerou como partes distintas, introduzindo uma concepção dualista do ser humano.

    Psique- ou alma, ou espírito ou, para alguns, mente- seria a parte invisível e intocável, mas que sabemos que existe e engloba tudo aquilo que sentimos, pensamos, desejamos, sonhamos. Esta, no entanto, é uma definição, digamos, simplória (embora útil e verdadeira), que não nos permite alcançar toda a complexidade do funcionamento da psique e de sua interação com o corpo.

    À luz, da psicanálise e do que nos ensinou Freud, podemos considerar a psique sob quatro pontos de vista: O TÓPICO, O ESTRUTURAL, O ECONÔMICO, e o DINÂMICO.

    Do ponto de vista tópico a pisque comportaria quatro "divisões" ou sistemas: O INCONSCIENTE, O PRÉ- CONSCIENTE, A CENSURA e A CONSCIÊNCIA.

    CONSCIÊNCIA : Segundo Menninger, é a porção mais próxima da superfície, quase em contato com o mundo exterior. Corresponde à noção que temos de nosso eu, ou seja, é aquilo que "pensamos que somos".

    Abaixo dessa região: O PRÉ-CONSCIENTE: Representaria uma espécie de "entreposto". Poderia também ser comparada a um arquivo morto. Mantém um intercâmbio também com o inconsciente.

    INCONSCIENTE: Segundo Freud seria o fundo de toda a vida psíquica e contém tudo que é mantido fora da consciência por bloqueios internos.

    CENSURA: Compete regular o intercâmbio que se processa entre as três zonas anteriores. Censura Moral, Consciente. Censura Inconsciente.

    O segundo aspecto sob o qual se pode considerar a psique é o estrutural. Três sistemas estariam ai integrados: O ID, O EGO, SUPEREGO.

    ID: corresponderia aos instintos primitivos, atuando exclusivamente no inconsciente. É a fonte dos dois grandes impulsos de onde derivam todos os outros: amor e ódio.

    Ao contrário do ID que é puramente impulso, instinto e querer e totalmente irresponsável o EGO é pleno de responsabilidade e preocupação com as consequências de seus atos.

    SUPEREGO: TEM função de acusar e criticar o ego. Principal responsável pelo sentimento de culpa que todos nós sentimos tanto em nível consciente quanto inconsciente.


    ...............

    Esta é uma pequena parte do entendimento da mente humana... Cabe a nós agora darmos asas as nossa imaginação... ops... asas a nossa psique...

    Beijos e até sexta!
    Camila Tardeli

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  12. Nós ouvimos muitas e muitas vezes frases como "ninguém entende as mulheres", "o que quer uma mulher?", "o que é ser mulher?", dentre outros. Nunca foi fácil responder a nenhuma pergunta deste tipo, uma mesma mulher pode ter várias faces da sua feminilidade... O texto da Clarisse Lispector discute a mulher atual e a perda de certas caracteristicas da feminilidade. Mas a transformação da mulher a torna menos feminina?

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  13. Achei isso em um blog e achei legal compartilhar. Fala da idéia de masculino e feminino construído por Almodóvar, que por acaso sou muito fã. resolvi postar, por achar interessante, leiam!


    O que é próprio do homem e da mulher afinal? Por muito tempo foi construída e seguida uma idéia de masculino e feminino como inerentes às figuras do homem e da mulher, respectivamente, até que os estudos feministas – indiscutivelmente fundamentais para uma nova noção de representação sexual – trouxessem, por meio dos ‘estudos das mulheres’, a conceitualização e inserção do termo gênero dentro do contexto acadêmico.

    A difícil compreensão e conceitualização do termo se deve muito a ele não ter vindo substituir nenhum outro, mas também por desconstruir toda uma lógica cultural, social e histórica de relação entre homem e mulher. A mulher conseguiu vencer muitas barreiras que a impediam de competir ou mesmo conviver igualitariamente com um homem.

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  14. Ela lutou e continua lutando contra uma forma de opressão arraigada dentro de uma sociedade que delega posições de acordo com o sexo.

    Com a independência feminina, conquistada a muito custo por parte das mulheres, alguns homens começaram a perceber que também são vítimas de uma educação castradora, onde eles têm de seguir modelos e controlar emoções. Mas uma noção de que ambos os sexos estão livres de comparações, pois cada um pode assumir as mesmas ou distintas características, ainda não foi alcançada.
    A pós-modernidade vem mostrar o quão confuso é admitir feminilidade às mulheres e masculinidade aos homens quando um único sujeito passa a assumir diversas identidades, algumas até mesmo contraditórias. Toda esta mudança por que passaram homens e mulheres e suas diferentes identidades podem ser percebidas através dos meios de comunicação, com o passar dos anos.

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  15. O cinema exemplifica bem como ambos os sexos e suas relações entre si foram sendo representadas diferentemente com o decorrer do tempo. Homens com características assumidamente femininas e mulheres fortes não são mais sinônimos de homossexualidade ou desvios, apesar de ainda existir olhares conservadores. Quem comumente apresenta e defende esta idéia de que homens, mulheres, heterossexuais, homossexuais, transexuais, bissexuais possam ter características em comum, é o cineasta espanhol Pedro Almodóvar.
    O diretor ganhou fama e foi tachado como ‘diretor de mulheres’ por ter desenvolvido muitos papéis femininos fortes e ter trabalhado mais com mulheres que com homens. Ele possui uma filmografia recheada com diversas películas onde inegavelmente o poder feminino é aclamado. Mas a negação de Almodóvar quanto a esta afirmativa pode ser levada em consideração.
    Ele nega que aprecie mais as mulheres ou que prefira trabalhar com elas, mas assume que as considera interessantes e inspiradoras para comédias – gênero ao qual não abandona nem mesmo ao compor dramas. E boa parte da crítica e do público começa a acreditar nisto. Não porque ele tenha insistentemente falado, mas por um argumento constituinte de seu 14o longa-metragem, Hable com Ella (Fale com Ela, 2002): Os dois protagonistas são homens.
    A partir de então, o cineasta é dado como diferente e novamente tenta convencer a todos de que não mudou, pois sempre falou tanto de homens quanto de mulheres em seus filmes. No entanto, numa recapitulação de sua filmografia, fica clara a preferência em abordar as mulheres. E ele as mostra tanto em sua força, quanto mostra os homens em sua vulnerabilidade.
    Subvertendo qualquer padrão ou modelo construído de como deve ser um homem ou uma mulher, Almodóvar demonstra acima de tudo a androginia dos sexos, fazendo crer numa equivalência, igualdade ou o que mais podemos anunciar a sexos que se deixam assumir em suas identidades.
    Não podemos negar uma predileção do cineasta em falar de mulheres. Gosto que se deve à sua criação, rodeado por mãe e irmãs, mas também por ter sido delegada e assumida pelas mulheres, características que ele considera interessantes, como o ‘não ter medo do falar de seus medos’. Mas podemos também pensar em como os homens ainda são cobrados socialmente para que não demonstrem características femininas, e como as mulheres assumem cada vez mais aquilo que foi historicamente designado aos homens, como algumas profissões, vestimentas, cargos de chefia, etc.
    Em Hable con Ella, Almodóvar nos apresenta mulheres fortes e independentes e homens sensíveis e amáveis. Paradoxos presentes na película fazem com que pensemos a todo instante sobre as concepções que temos a respeito dos gêneros. O cineasta faz com que seus personagens demonstrem o quanto o ser humano pode ser ambíguo em seus atos, e isto independe de ser homem ou mulher.

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  16. Apesar de Almodóvar ter privilegiado as mulheres em muitas de suas películas, nesta, ele demonstra mais uma vez, sua admiração por ambos os sexos, contanto que tenham identidade própria. Isto já tinha sido feito anteriormente em Todo Sobre mi Madre, quando a figura feminina era praticamente unânime dentro da película e a personagem que mais demonstrava uma segurança identitária era o travesti Agrado.
    Agora o personagem de Marco vem representar o que é o ‘novo homem’. Um homem indubitavelmente viril, mas que chora facilmente de emoção. Lydia é a toureira que sofre por amor e “morre” de medo de cobra, mas que é valente como qualquer homem, na arena. Alguém, que independente de seu sexo pode assumir sua fraqueza ou sua força, seus medos ou suas conquistas, suas emoções ou sua frieza. Este alguém pode ser um homem ou uma mulher.

    Com Hable con Ella, o diretor confirma sua posição em favor da crença na androginia do ser humano e não consegue negar um apreço especial pelas mulheres, que mesmo em estado de coma, fizeram-se presente tanto quanto os homens. Pedro Almodóvar mostra que feminilidade e masculinidade não são variáveis exclusivas de um ou outro sexo, mas de ambos. Que a identidade de um indivíduo se dá com o assumir de suas características. E que algo é tão importante quanto o viver, ou mesmo necessário a este: o falar.



    NOTA: Após Fale com Ela, o diretor lançou A Má Educação (La Mala Educación, 2004) e Volver, em 2006. O primeiro, que conta a história de dois meninos que estudaram em um colégio interno, nos anos 60, na Espanha, onde sofreram violência sexual. Eles voltam a se encontrar, anos depois, quando um deles, interpretado por Gael García Bernal, transforma-se em um travesti. Este filme também trouxe uma forte crítica à Igreja, abordando o tema do abuso sexual de padres com seus pupilos e mostra a delicadeza de um homem forte e transformado. Almodóvar não transgride sua linha e retorna freqüentemente a temas relacionados à sexualidade, mas não agradou tanto a crítica e o público quanto com Volver. Este traz a história de mulheres fortes que se encontram e se ajudam. A protagonista, interpretada por Penélope Cruz, deixa clara a mensagem de ajustar o passado com o presente, quando um segredo impede as mulheres do filme a seguir com suas vidas. As cores vibrantes características são quase um novo personagem e a força masculina é mostrada como a fraqueza da brutalidade. Novamente, Almodóvar demonstra seu apreço por características que não são masculinas nem femininas, mas são de homens e mulheres."
    Candice âlcantara

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  17. como combinado vou postando musicas que falam de mulheres, mulheres estas que representam uma certa porcentagem das mesmas, sejam elas brasileiras ou nao

    Ai que saudade de amélia

    Nunca vi fazer tanta exigencia
    Nem fazer o que voce me faz
    Voce nao sabe oque [e consciencia
    Nem ve que eu sou um pobre rapaz
    Voce so pensa em luxo e riqueza
    Tudo que voce ve voce quer
    Ai, meu Deus, que saudade da Amelia
    Aquilo sim [e que era mulher

    As vezes passava fome ao meu lado
    E achava bonito nao ter o que comer
    E quando me via contrariado
    Dizia- Meu filho, que se ha de fazer

    Amelia nao tinha a menor vaidade
    Amelia que era mulher de verdade...

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  18. A Rosa
    (Pixinguinha)
    Tu és, divina e graciosa estátua majestosa
    do amor, por Deus esculturada
    e formada com o ardor,
    da alma da mais linda flor, de mais ativo olor
    e que na vida é a preferida pelo beija-flor.
    Se Deus lhe fora tão clemente aqui neste oriente de luz
    formada numa tela deslumbrante e bela,
    teu coração, junto ao meu lanceado
    pregado e crucificado sobre a rosa cruz do arfante peito teu
    Tu és a forma ideal, estátua magistral
    oh alma perenal, do meu primeiro amor, sublime amor.
    Tu és de Deus a soberana flor
    Tu és de Deus a criação de todo o coração
    cintilas um amor
    o riso, a fé, a dor em sândalos olentes cheios de sabor
    em vozes tão dolentes quanto um sonho em flor
    És láctea estrela, és mãe da realeza
    és tudo enfim que tem de belo,
    todo o resplendor da santa natureza
    Perdão se ouso confessar-te, eu hei de sempre amar-te
    Oh flor! Meu peito não resiste,
    Ah, meu Deus o quanto é triste,
    a incerteza de um amor que mais me faz penar
    em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
    Jurar, aos pés do onipotente
    em versos comoventes de luz,
    e receber a unção da tua gratidão,
    depois de remir, teus desejos
    em nuvens de beijos hei de envolver-te
    até o meu padecer, de todo fenecer.

    A letra fala por si so.

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  19. A Mulher
    (Caetano Veloso)
    Lá vai ela
    Lá vai a mulher subindo
    A ponta do pé tocando ainda o chão
    Já na imensidão
    É lindo
    Ela em plena mulher
    Brilhando no poço de tempo que abriu-se
    Ao rés de seu ser de mulher
    Que se abriu
    Sem ter que morrer
    Todo homem viu

    nesta musica pude ver um painel iconografico imenso...nao sei quanto a voces...

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